Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:

Crise das emendas: Dino confia em um maior diálogo após a mudança na liderança do Congresso e observa progressos na proposta de Motta - Blog do Irmão Francisco


No comando: Irmão_Cast

Das 12:00 às 13:00

Crise das emendas: Dino confia em um maior diálogo após a mudança na liderança do Congresso e observa progressos na proposta de Motta

Os interlocutores do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmam que ele percebe progressos na proposta do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que sugere que as regras de transparência aprovadas pelo Congresso sejam aplicadas às emendas de 2022. No entanto, essa avaliação ainda não implica em um consenso. O magistrado tem sustentado desde o início da crise que a liberação dos recursos deve seguir as diretrizes constitucionais sobre transparência e rastreabilidade, independentemente da criação de novas legislações.

Motta, junto com o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), agendaram uma reunião com Dino, que foi responsável pelas restrições orçamentárias do ano passado, para o final de fevereiro. De acordo com aliados, o ministro almeja uma renovação na interação com o Legislativo devido à nova liderança, propondo iniciativas que visem ampliar a transparência na utilização dos fundos.

Em entrevista ao GLOBO, Motta declarou que a solução para a impasse seria garantir transparência sobre os recursos programados para 2024, utilizando a lei que entrará em vigor em 2025.

— Tenho conversado com ministros do STF e notado o interesse em resolver essa questão. Isso também é crucial para o Executivo. A governabilidade está intrinsecamente ligada ao orçamento. Os deputados necessitam disso para justificarem seu apoio a questões difíceis de serem aprovadas. Essa tensão não é do interesse de ninguém — afirmou Motta.

A disputa entre o Legislativo e o Judiciário a respeito das emendas parlamentares teve início em 2022, quando o STF anulou as emendas de relator, conhecidas como “orçamento secreto”. Uma parte significativa do fundo destinado a essa categoria foi transferida para as emendas de comissão em 2023. No ano seguinte, após assumir como ministro da Corte, Dino começou a questionar a ausência de transparência nos fundos e, sem uma resposta satisfatória do Congresso, bloqueou as transferências. Ao longo do ano, ocorreram diversos bloqueios.

O Congresso chegou a aprovar uma legislação com novas diretrizes para o pagamento dos recursos, mas com vigência apenas a partir de 2025. Assim, Dino voltou a bloquear R$ 4,2 bilhões de emendas de comissão indicadas pela Câmara e R$ 2,7 bilhões sugeridos pelo Senado, por não haver as novas regras até o final do ano anterior. Uma parte foi liberada, no entanto, um montante ainda está apenas empenhado — fase em que os recursos são reservados para despesas.

As emendas se tornaram um grande problema para o Congresso, especialmente devido ao número crescente de investigações sobre possíveis irregularidades. Até o momento, são pelo menos 20 casos, e nos bastidores do STF, a avaliação é de que esse número pode aumentar neste semestre.

Os parlamentares solicitam uma resolução rápida para a questão, e Alcolumbre já enfatizou a importância do “cumprimento de acordos” e do respeito às “prerrogativas parlamentares”. O impasse também adiou a votação do Orçamento de 2025, que ainda não foi analisado pelos congressistas.
— Qualquer iniciativa que vise aumentar a transparência encontrará a concordância de Dino — aponta o senador Angelo Coronel (PSD-BA), que é o relator do Orçamento.

De acordo com o autor do projeto que estabelece novas diretrizes para as emendas, deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), a proposta de Motta é bem recebida.

— O que prevalece são a legislação e a comunicação — comentou o deputado, que mantém uma boa relação com Dino.

O vice-presidente da Câmara, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), acredita que Motta conseguirá encontrar uma resposta junto ao ministro do Supremo:

— Isso é essencial para o Legislativo e o Executivo, e atende à exigência de total transparência que é uma preocupação expressa pelo ministro.

Deixe seu comentário: